Sem dúvida, “Bênçãos Que Não Têm Fim” foi uma das canções que conseguiram furar a bolha gospel e cair no gosto dos mais variados públicos. A versão do hit “Counting My Blessings”, do americano Seph Schlueter, ganhou uma nova roupagem na voz do cantor, músico e produtor Alexandre Magnani.

Envolvido com a música desde a infância e membro de uma família de instrumentistas, Alexandre diz que a ideia de gravar “Bênçãos Que Não Têm Fim” surgiu de forma despretensiosa.

– Conheci a canção no Instagram ainda em inglês com os Stories infinitos da galera! Eu amo o timbre vocal do Seph Schlueter e, depois que a Isadora Pompeo gravou a versão em português, a música ganhou ainda mais notoriedade aqui no Brasil. Assim como muita gente, eu não aguentava mais ouvir essa música e cheguei até a brincar com isso nas minhas redes sociais – conta Magnani.

De acordo com o artista, ele não imaginava que o vídeo publicado no dia 15 de fevereiro deste ano geraria uma repercussão tão grande entre seus seguidores.

– Mal sabia eu que pouco tempo depois eu teria a ideia de fazer um Reels dessa canção numa pegada reggae-pop. Toda terça e quinta-feira eu lanço vídeos interpretando minhas canções e de outros cantores, até que tive a ideia de fazer a “Bênçãos Que Não Têm Fim” junto com a “Deus é Bom” (canção do álbum “Ao Vivo em Lisboa”) e deu muito certo. O pessoal começou a compartilhar meu Reels e dizer que gostaria de ouvir a minha versão inteira. Isso foi um gás pra eu terminar de conceber o arranjo da música toda e pleitear a autorização para lançar minha versão – explica o músico, que fez quase 70 mil visualizações no Reels com a versão do hit, que foi compartilhado por mais de 300 pessoas.

A produção musical e os arranjos da canção ficaram nas mãos do próprio Alexandre, que contou com o trabalho de João Elbert, na edição e na mixagem, e de Fernando Delgado, na masterização. Além disso, o cantor ainda disponibilizou um visualizer em seu canal no YouTube desenvolvido por Victor Cruz, que também foi o responsável pela capa do single usando fotos clicadas por Felipe Falcão.

– A letra dessa música é muito poderosa. A gente brinca que ela é a “Conta as Bênçãos” do hinário da harpa do século 21. A minha versão trouxe um ar de alegria e esperança que a música já carrega em sua mensagem. Deus derramou e têm derramado tantas bênçãos sobre nós, por que que a gente se preocupa tanto com o dia de amanhã. A versão original do Seph foi gravada em um andamento ternário, em 6/8, mas decidi fazer a minha versão em 4/4, dando uma força ainda maior para a letra da música, deixando ainda mais evidente a mensagem – detalha.

Além do visualizer, “Bênçãos Que Não Têm Fim” terá um clipe oficial assim como as demais faixas do novo álbum que Alexandre Magnani planeja lançar ainda neste semestre. O projeto promete misturar timbres analógicos e digitais.

ROCK, POP, BLUES E JIMI HENDRIX NA BAGAGEM
Com vários álbuns, EPs e singles lançados ao longo da carreira, Alexandre Magnani fez sua estreia na cena musical em 2013 com o álbum “Não Mais Eu”. Numa mistura de rock, pop e blues, ele carrega influências de nomes como Stevie Ray Vaughan, Jimi Hendrix, Eric Clapton, John Mayer, Chris James, Forrest Frank e Devin Kennedy.

Na infância, ele teve no pai o seu maior incentivador e sempre o acompanhou numa congregação de sua antiga igreja. Enquanto o pai cantava e tocava guitarra, cabia a Alexandre tocar a bateria.

– Cheguei a estudar piano quando criança e depois migrei para a bateria. Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos comecei a tocar violão e, em seguida, guitarra. Estudei música na adolescência, quando ainda morava em Rancharia, em São Paulo. Aos 19 anos, vim para São Paulo para estudar no seminário. Fiz música na Faculdade Teológica de São Paulo e passei a frequentar a Igreja Batista em Perdizes, onde fiquei nove anos e comecei a escrever as primeiras canções a fim de servir a comunidade e acabou dando origem ao meu primeiro álbum – recorda.

Três anos após estrear no mercado gospel, Magnani assinou com a Sony Music por onde lançou o álbum “Janela”, que trouxe as participações de Paulo César Baruk e Marcela Taís.

– Esse álbum me define! Definitivamente, o trabalho mais relevante que já lancei até aqui. Meus olhos artísticos foram abertos, meu som, minha maneira de me expressar cantando, as mensagens das letras que eu gosto de passar, as ministrações… Tudo se encontrou nesse álbum que eu amo tanto e que já vai completar oito anos de lançamento – conta Alexandre, que fez mais de dois milhões de plays no Spotify com a faixa “Um Dia de Cada Vez”.

NOVOS CAMINHOS E PROJETOS FUTUROS
Após um tempo no cast da Sony Music, Alexandre Magnani decidiu seguir seu caminho sozinho. Nesse período vieram projetos ao vivo e alguns com a Igreja Batista do Morumbi, onde ele serviu durante sete anos.

– Pude viver muita coisa boa! Eu amo essa comunidade! Uma dessas coisas boas foi registrar o primeiro álbum ao vivo da igreja, que tem uma tradição grande na música através do trabalho do Guilherme Kerr e do Vencedores Por Cristo. O meu desejo foi dar continuidade a esse legado. Daí começaram a nascer as canções autorais que traduziam o que a gente vivia como igreja naquele momento e também registramos as canções do hinário que mais cantávamos, tudo com arranjos numa linguagem contemporânea. Eu amo esse trabalho e esse registro! Foi um presente de Deus para todos nós! – relata o músico.

Chegando no dia 1º de março de 2024, Alexandre disponibilizou nas plataformas digitais e no YouTube o álbum “Ao Vivo em Lisboa”, gravado com Paulo César Baruk e com a participação de Lito Atalaia em uma das faixas. Os vídeos foram dirigidos por Luke Martins, da Umbrella Media Production.

– A história desse projeto é bem legal porque a ideia não partiu de mim e nem do Baruk. Nós dois fomos convidados por nossos irmãos de Portugal para um festival, daí eles propuseram que o Baruk e eu fizéssemos um mesmo show. Fui guitarrista do Baruk entre os anos de 2014 e 2016, por isso a nossa amizade e afinidade musical cooperaram para que esse projeto em Lisboa desse certo – declara.

Sete dias após lançar o álbum ao vivo, Alexandre e Baruk se uniram novamente e lançaram uma nova versão de “Deus é Bom”, canção que faz parte do projeto gravado em Lisboa. Na nova roupagem, a dupla trouxe o som trap do cantor Brunno Ramos.

– A música “Deus é Bom” foi o single do álbum “Ao Vivo em Lisboa”. Como o primeiro registro dela foi ao vivo, eu senti a necessidade de fazer uma versão dela em estúdio. A gente optou por um estilo musical moderno e pensar na possibilidade de um rap ou trap era algo que eu já havia cogitado. Escolhemos o trap por uma questão de gosto mesmo, sabe? Conheci o Brunno Ramos com o Ton Carfi e o Brunno somou demais nessa música! A gente está feliz com a forma como essa canção está sendo ouvida e postada nas redes por muita gente. Eu vejo que foi uma mistura boa que deu muito certo! – comemora

Falando agora do futuro, Alexandre Magnani já tem novidades sobre suas próximas realizações, que incluem até mesmo um documentário.

– Um novo álbum de estúdio depois de oito anos do “Janela”. As músicas estão incríveis e eu quero muito mostrar tudo isso para vocês. Em alguns dias lançaremos o documentário do nosso show em Lisboa e toda nossa passagem por Portugal. Fomos à Nazaré, Leiria e Alcobaça que são cidades lindas com um povo muito querido. Quem sabe não reproduzimos esse show aqui no Brasil passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Fortaleza e por aí vai. Permitindo o Senhor, há muito por viver ainda em 2024! Bora viver o novo! – finaliza.