Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, se entregou à Polícia Federal no final da tarde do dia 24/12, véspera de Natal. Ele era o criminoso mais procurado pelas autoridades de segurança do estado.
Havia contra ele 12 mandados de prisão e 6 denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ele estava foragido desde 2018.
Nos últimos meses, a PF e o Ministério Público realizaram várias operações para prender o miliciano. A última delas foi a Operação Dinastia 2, no último dia 19, que teve 5 presos e a apreensão de 4 armas, além de R$ 3 mil em espécie e celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.
Quem é Zinho?
Zinho assumiu a frente da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste, em 2021, dois meses após a morte do antigo líder, seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Antes de se tornar o líder da milícia, Zinho estava ligado às atividades de lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense.
A principal denúncia contra o miliciano é a de ser o mandante do assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. O ex-vereador e um amigo foram mortos em agosto de 2022, em Campo Grande: o carro em que viajavam foi metralhado por três homens armados em frente a um supermercado.
Os investigadores apontam que a morte do ex-vereador seria uma estratégia de Zinho para evitar que Jerominho e seu irmão, o ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, retomassem a liderança da organização miliciana Liga da Justiça, que teria sido criada por Jerominho e Natalino.
Ele também teria ordenado as mortes de milicianos de quadrilhas rivais. Foi ainda indiciado pela morte de ao menos um PM durante ação do seu grupo, além dos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A prisão
Após negociações entre a defesa do acusado e a PF, Zinho se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro. Ele foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) após a prisão e depois encaminhado ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, prisão de segurança máxima na zona oeste do Rio de Janeiro.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado informou que Zinho era considerado “inimigo número um” do Rio de Janeiro e que comandava uma “máfia” que “parou” a zona oeste da Cidade.
Sobre a prisão, o governador do RJ, Cláudio Castro, afirmou em nota:
“Essa é mais que uma vitória das polícias e do plano de segurança, mas da sociedade. A desarticulação desses grupos criminosos, com prisões, apreensões e bloqueio financeiro, e a detenção desse mafioso provam que estamos no caminho certo”.
Com informações de G1 e Metrópoles.