Saiba mais sobre o peixe que virou vilão e predador.
O peixe corvina ou pescada-branca (plagioscion squamosissimus) tem afetado espécies nativas em rios do estado de São Paulo.
Por exemplo, o peixe amazônico, é o mais provável responsável por uma queda acentuada na diversidade de espécies nativas no reservatório Jaguari, no rio de mesmo nome.
Assim como no rio do Peixe, parte do Sistema Cantareira e da bacia do Paraíba do Sul. Conforme publicação da Agência FAPESP.
Assim, a conclusão é de um estudo publicado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) na revista Biological Invasions.
Segundo a reportagem de André Julião, as análises foram possíveis graças a dados coletados para o monitoramento da fauna de peixes pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), no qual a espécie passou a ser registrada no reservatório a partir de 2001.
Os dados analisados vão até 2016. Em apenas dez anos, a corvina se tornou a espécie mais abundante do reservatório.
Apesar de amplamente distribuído em reservatórios para geração de energia hidrelétrica em todo o Brasil, não se sabia os efeitos que esse predador poderia causar às espécies nativas. Nossas análises apontam para perdas consideráveis na diversidade de peixes na região, conta Aymar Orlandi Neto, primeiro autor do estudo, realizado na Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (Feis-Unesp).
Dessa forma, o trabalho integra seu projeto de doutorado, conduzido no Instituto de Biociências de Botucatu (IBB-Unesp) com bolsa da FAPESP.
Além disso, parte dos resultados foi obtida ainda durante estágio realizado por Orlandi Neto na Universidade de Valência, na Espanha.