O incêndio que devastou parte do Polo Industrial de Manaus foi, sem dúvida, um dos episódios mais tristes e impactantes já registrados na história da região. As chamas consumiram mais do que estruturas e equipamentos — elas levaram embora sonhos, planos e anos de esforço.
Apesar de, felizmente, não haver vítimas fatais, a perda humana foi incalculável. Uma fábrica inteira foi destruída, e junto com ela, o sonho de um empreendedor que construiu, com muito esforço e perseverança, algo que gerava oportunidades, renda e dignidade para dezenas de famílias. Conheci esse empresário em algumas ocasiões. Um homem simples, acessível, humilde, cuja dedicação ao que fazia era admirável. Alguém que acreditava no poder do trabalho como ferramenta de transformação.
Enquanto o fogo consumia cada canto da empresa, vi em seus olhos o desespero de quem assiste, sem poder fazer nada, ao colapso de uma vida inteira de dedicação. E, naquele olhar, entendi algo profundo: empresas são mais do que blocos de concreto e números em uma planilha. Elas são o reflexo da alma de quem as criou, de quem nelas trabalha, de quem acredita em seu propósito.
Por trás de cada CNPJ existe uma história. Existe suor, existe renúncia, existe fé. Existem noites mal dormidas, decisões difíceis, riscos assumidos, famílias que dependem daquele negócio para seguir em frente. E por isso, afirmar que “não é apenas um número” não é uma metáfora — é a realidade nua e crua de quem empreende no Brasil.
Que essa tragédia nos faça refletir sobre a importância de valorizar o empreendedorismo, de olhar com mais humanidade para aqueles que geram emprego, renda e esperança. Que possamos, enquanto sociedade, oferecer suporte real nos momentos de dor e recomeço.
Hoje, me solidarizo com esse empresário e com todos os colaboradores impactados. Que não faltem forças para recomeçar, e que, de alguma forma, a esperança consiga renascer das cinzas.