Nesta segunda-feira (12), o Brasil perdeu um dos maiores escritores e cronistas da Amazônia. Márcio Souza, autor de obras essenciais para a compreensão da cultura e da história da região, faleceu aos 78 anos. Seu legado literário, caracterizado por uma visão crítica e profunda das questões amazônicas, deixa uma lacuna irreparável na literatura brasileira.
Nascido em Manaus em 4 de março de 1946, Márcio Souza dedicou sua vida a retratar a complexidade da Amazônia em suas obras. Desde o sucesso de Galvez, Imperador do Acre (1976) até Mad Maria (1980), ele não apenas encantou leitores com sua narrativa única, mas também suscitou discussões importantes sobre a exploração e a preservação da região.
A obra de Souza é conhecida por mesclar fatos históricos com ficção, oferecendo ao leitor uma visão crítica e frequentemente satírica dos eventos que moldaram a Amazônia. Suas histórias, ambientadas em um dos ecossistemas mais ricos e complexos do mundo, são vistas não apenas como entretenimento, mas também como potentes comentários sociais e políticos.
Além de sua vasta carreira literária, Márcio Souza também contribuiu para o teatro e o cinema brasileiros, escrevendo peças e roteiros que exploram a identidade cultural da Amazônia. Sua peça teatral As Folias do Látex (1975), por exemplo, é uma sátira incisiva sobre a exploração durante o ciclo da borracha.
Ao longo de sua vida, Souza foi um incansável defensor da Amazônia, denunciando a destruição ambiental e a exploração social que sempre marcaram a história da região. Sua voz, tanto na literatura quanto na vida pública, foi fundamental para alertar o Brasil e o mundo sobre os desafios enfrentados por essa vasta e rica parte do país.
A morte de Márcio Souza representa uma perda monumental para a cultura brasileira. Seus livros, peças e ensaios continuarão a inspirar futuras gerações e a preservar a memória de uma Amazônia que ele conhecia intimamente e pela qual lutou com tanta paixão.
O Brasil se despede de um de seus grandes cronistas, mas o legado de Márcio Souza, imortalizado em cada página que escreveu, permanecerá vivo, ecoando as vozes e histórias da Amazônia além do tempo.